terça-feira, 21 de outubro de 2014

ANAMNESE NEUROLÓGICA


- ANAMNESE NEUROLÓGICA -


01. IDENTIFICAÇÃO

Nome: ____________________________________________________________    Sexo:      M            F
Data de nascimento: _____/_____/_____                                                                     Idade (anos): _______________
Cor:         Melonaderma          Leucoderma           Faioderma         
Dominância:                Dextro                         Canhoto
Profissão Atual: _____________________          Profissão Anterior: ______________________________
Grau de Escolaridade: ___________________           Estado civil:____________________________________ 
Nacionalidade: _________________________    Naturalidade: ____________________________________
Endereço atual: _________________________________________________________________________________

02. QUEIXA PRINCIPAL


03. HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL (sintomas mais freqüentes: dor, parestesias, convulsões, distúrbios motores, vertigem, distúrbios visuais, auditivos, olfatórios, distúrbios da deglutição, alterações da linguagem, alterações da consciência, sintomas viscerais, sintomas mentais, alterações do equilíbrio, alterações da memória).

04. HISTÓRIA PREGRESSA (historia gestacional, historia do parto, DNPM, antedentes mórbidos pessoais – doenças mais comuns da infância-).

05. HISTÓRIA FAMILIAR (doenças semelhantes na família e outras moléstias neurológicas, consangüinidade dos pais, idade da mãe, irmãos doentes, doenças psiquiátricas na família, HAS, doenças vasculares, diabetes).

06. HISTÓRIA PSICO-SOCIAL

EXAME FÍSICO

 

1. INSPEÇÃO GERAL


1.1 Postura:
(     ) Ativa       (     ) Passiva (sem autonomia)                       (     ) Antálgica (especificar)

Posturas mais comuns relacionadas a neuropatias:
(     ) Descerebração (braços estendidos, antebraços pronados e punhos e dedos fletidos; pernas em extensão e pés em flexão plantar; estímulos externos – luz, ruídos –  exacerbam a postura; lesão no diencéfalo, mesencéfalo ou na protuberância, situações de hipóxia ou hipoglicemia)
(     ) Decorticação (braços firmemente mantidos ao lado do corpo, enquanto cotovelos, punhos e dedos estão fletidos; pernas em extensão e rotação interna e pés em flexão plantar; lesão destrutiva dos tratos corticoespinhais dentro ou muito próximos dos hemisférios cerebrais)

1.2. Forma e tamanho da cabeça:
(     ) microcefalia                   (     ) macrocefalia,                 (     ) craniossinostose             (     ) escafocefalia
(     ) turricefalia                      (     ) trigonocefalia                 (     ) plagiocefalia                   (     ) encefaloceles

1.3.Fácies
(     ) Atípica                           (     ) Típica (em máscara, miotônica, miastênica, acromegálica)

1.4. Pele:
(     ) manchas café com leite (indício de neurofibromatose – doença de von-Rechlinghausen; manchas comumente acompanhadas de nódulos cutâneos – neurofibromas – no trajeto dos nervos periféricos)
(     ) manchas hiperpigmentadas na região lombo-sacra (espinha bífida)
(     ) meningomieloceles

1.5. Musculatura (tônus, trofismo)
(     ) Presença de deformidade de membros
(     ) Movimentos anormais ou involuntários
Aspecto e comportamento geral / Estado emocional:
(     )Normal                (     )Inquieto, apático, deprimido       (     )Exaltado,agressivo, instável

Alterações da fala:
(     )Disfonia ou afonia (alteração do timbre da voz; algum problema do órgão fonador; voz rouca, fanhosa ou bitonal);
(     )Dislalia [ comuns em crianças; troca de letras (“tasa” por “casa”) ];
(     )Disritmolalia (forma especial de dislalia; distúrbios no ritmo da fala; gagueira e taquilalia);
(     )Disartria [alterações nos músculos da fonação, incoordenação cerebral, hipertonia do parkinsonismo (voz baixa, monótona, lenta), perda do controle piramidal (paralisia pseudobulbar)];
(     )Disfasia [ perturbação na elaboração cortical da fala; de recepção ou sensorial (paciente não entende o que dizem a ele), de expressão ou motora (paciente entende mais não consegue se expressar), ou tipo misto; lesão do hemisfério dominante];
(     )Retardo do desenvolvimento da fala na criança
(     )Disgrafia (perda da capacidade de escrever)
(     )Dislexia (perda da capacidade de ler) 


DADOS VITAIS

Pressão Arterial (mmHg)
Pulso (qual? onde?) (bpm)
Freqüência Cardíaca  (bpm)        
Temperatura Corporal (especificar local aferido)       
Peso (kg)                    Altura (m)                  IMC: (p/a²  - classificação)
Freqüência Respiratória (irpm) (normal adulto: 16 a 20 irpm/min)
Padrão Respiratório:

(     ) Normal;
(     ) Cheyne-Stokes (incursões respiratórias que vão ficando cada vez mais profundas até atingir uma amplitude máxima; nesse momento os movimentos começam a diminuir gradativamente, podendo chegar à apnéia; modo cíclico); (     ) Stoke-Adams;
(     ) Apnêutica;
(     ) Ataxia de Biot (ocorrência de períodos de apnéia que interrompem a seqüência das incursões respiratórias; arritmia respiratória; comum na meningite) ; (     ) Apnéia

Estática

Manobra de Romberg à testa a estática de pé e com os pés se tocando ( lado a lado ), inicialmente com os olhos abertos e depois fechados. Oscilação importante ou mesmo a queda do paciente        (Sinal de Romberg) denotam disfunção em qualquer dos sistemas acima relacionados.

     Outros testes:
             - ficar sobre um pé só;
             - oscilar sobre o eixo de apoio (“à beira do precipício”);
             - alternância rápida dos calcanhares para as pontas dos pés.
Marcha:

(     )Normal   (      )Patológica (qual: ________________________________________________________)

(     ) Hemiplégica (espástica, helicoidal, helicópode, em foice, ceifante): Ao andar, paciente mantém MS fletido em 90º no cotovelo e em adução e a mão fechada em leve pronação. MI do mesmo lado é espástico, e joelho não flexiona. A perna, então, tem que se arrastar no chão, descrevendo um semicírculo quando o paciente troca o passo. Aparece na hemiplegia (causa mais comum: AVC).

(     )Marcha em tesoura (tipo particular de marcha espástica): os dois MMII enrijecidos e espásticos permanecem semifletidos, os pés se arrastam, e as pernas se cruzam uma na frente da outra ao caminhar. Movimento das pernas lembra uma tesoura em funcionamento. Aparece nas formas espásticas da paralisia cerebral.
(     )Tabética (atáxica): Aumento da base de sustentação (pés muito afastados), olhar dirigido para o solo e, ao caminhar, o tabético eleva súbita e violentamente os MMII, ao serem recolocados no chão, os calcanhares tocam o solo pesadamente. Perda da sensibilidade proprioceptiva (lesão do cordão posterior da medula). Aparece na Tabes dorsa/is (neurolues)
(     )Parética (escarvante, de galinha): paralisia do movimento de flexão dorsal do pé; quando o doente tenta caminhar os pés pendem e arrastam a ponta no chão, obrigando-o a levantar excessivamente a perna a cada passo fazendo com que o pé, na descida, se apóie por intermédio da ponta e bordo externo. Fraqueza do grupo muscular tibial anterior.
(      )Parkinsoniana: doente anda como um bloco, enrijecido, sem o movimento automático dos braços. Cabeça permanece inclinada para frente e os passos são miúdos e rápidos. Grande dificuldade para mudar a direção da marcha e, ao se virar, paciente dá vários pequenos passos em círculos. Impressão que o doente vai cair para frente. Portadores de Doença de Parkinson.
(     )Cerebelar (do ébrio): Doente ziguezagueia como um bêbado. Incoordenação dos movimentos. Ocorre em lesões da linha média do cerebelo (verme).
(     )Pequenos passos: Passos muito curtos e, ao caminhar, pés são arrastados como se estivesse dançando “marchinha”. Aparece na paralisia pseudobulbar e atrofia cortical da sensibilidade.
(     )Vestibular ou em estrela: Lateropulsão quando anda. Lesão vestibular (labirinto)
(     )Anserina ou do pato: Lordose lombar é acentuada para caminhar e o tronco vai sendo inclinado ora para a direita, ora para a esquerda, alternadamente. Lembra andar de um pato. Doenças musculares (diminuição da força dos músculos pélvicos e das coxas).
(     )Claudicante: Paciente “manca” para um dos lados Ocorre na insuficiência arterial periférica e lesões do aparelho locomotor.
(     ) Hemiparesia espástica
(     ) Ataxia Sensitiva
(     ) Ataxia Cerebelar
(     ) Marcha do Idoso
(     ) Marchas Alteradas por Movimentos Involuntários

PESCOÇO E COLUNA CERVICAL


- Ausculta e palpação comparativamente de ambas as carótidas em separado.
- Ausculta da região supraclavicular (nesse ponto que a artéria vertebral tem origem na subclávia).
- (     ) Limitação dos movimentos (movimentos de extensão, flexão, rotação e lateralização da cabeça, típico de: doenças osteoarticulares, musculares, meningites, radiculopatias e hemorragia subaracnóidea)
- (     ) Rigidez de nuca (comum na meningite e hemorragia subaracnóidea)
Sinal de Brudzinski: em decúbito dorsal e membros estendidos, examinador repousa uma das mãos sobre o tórax do paciente e, com a outra colocada na região occipital, executa uma flexão forçada da cabeça. ( 1 ) Negativo (flexão forçada da cabeça não determina a flexão dos MMII), ( 2 ) Positivo (flexão forçada da cabeça determina flexão dos MMII e dor)
- Transição crânio-vertebral: ( 1 ) Pescoço curto (denuncia deformidades ósseas, redução numérica de vértebras, platibasia e impressão basilar, nitidamente visíveis ao exame radiológico; essa deformidade existe com alguma freqüência nos nordestinos, nem sempre com significado patológico)

COLUNA LOMBOSSACRA


- (     ) Limitação dos movimentos (movimentos de extensão, flexão, rotação e lateralização da coluna)
- Provas de estiramento da raiz nervosa (usadas para o diagnostico de meningite, hemorragia subaracnóidea e radiculopatia ciática):

Sinal de Kernig: extensão da perna, estando a coxa fletida em ângulo reto sobre a bacia e a perna sobre a coxa.
(     ) Negativo,
(     ) Positivo (acusa dor ao longo do trajeto do nervo ciático e tenta impedir o movimento)
Sinal de Lasègue: decúbito dorsal e MMII estendidos, examinador levanta um dos MMII, estendido.
(     ) Negativo,
(     ) Positivo (acusa dor na face posterior do membro examinado, logo no inicio da prova)
Sinal de Bragard: Lasègue com dorso-flexão do pé.

AVALIAÇÃO MENÍNGEA (meningite: Sinais de Brudzinski, Kernig, Lasègue e Bragard positivos;  delírio e confusão mental, cefaléia, fotofobia, convulsões, rigidez de nuca, vômitos, oftalmoplegias, disritmias respiratórias)


Pupilas:

(     ) Isocóricas (igualdade de diâmetros);
(     ) Anisocóricas (desigualdade);
(     ) Discóricas (irregularidade do contorno pupilar);
(     ) Mióticas (diâmetro diminuído);
(     ) Midriáticas (diâmetro aumentado)

- (     ) Fotorreativas (reflexos normais)   ou   (     ) Fotoplégicas
[ Reflexos pupilares: fotomotor direto (contração da pupila estimulada; oclui-se um olho), fotomotor consensual (contração da pupila oposta à estimulada; não se oclui nenhum olho) , acomodação-convergência (paciente dirige olhar ao infinito - pupilas se dilatam - ; coloca-se um dedo a 15 cm do paciente pedindo-lhe que o mire, observa-se convergência ocular acompanhada de uma contração) ]


AVALIAÇÃO DA CONSCIÊNCIA

Classificação de Fischer

- Sonolência: adormecido; se estimulado, mantém diálogo e atividade motora apropriada, voltando a adormecer quando o estímulo cessa.
- Torpor: adormecido; após estímulos fortes, responde monossilabicamente e apresenta atividade motora simples, visando livrar-se do examinador.
- Coma Discreto: não mantém contato verbal e, quando estimulado dolorosamente, sua atividade motora restringe-se a defender o local afetado.
- Coma Moderado: entre o coma discreto e o profundo.
- Coma Profundo: não mantém contato verbal; atividade motora após estímulos intensos constitui-se apenas de movimentos reflexos (ex: aumento da atividade respiratória e postura de decorticação ou descerebração)
- Coma Irreversível: morte cerebral ou coma depassé.

Classificação de Fishgold e Mathis

Coma – Grau 1 (torpor); Grau 2 (coma discreto); Grau 3 (coma profundo); Grau 4 (morte cerebral)

Escala de Coma de Glasgow


Pontuação:
3 – 8 pontos = traumatismo cranioencefálico grave
9 – 12 pontos = traumatismo cranioencefálico moderado
13 – 15 pontos = traumatismo cranioencefálico leve


ESCALA DE COMA DE GLASGOW



Abertura dos Olhos
Espontânea
4 pts
Ao comando
3 pts
À dor
2 pts
Nula
1 pts


Resposta Motora
Obedece
6 pts
Localiza
5 pts
Retira
4 pts
Flexão normal
3 pts
Extensão
2 pts
Nula
1 pts

Resposta Verbal
Orientada
5 pts
Confusa
4 pts
Palavras inapropriadas
3 pts
Sons incompreensíveis
2 pts
Nula
1 pts





Diagnóstico de Morte Cerebral

- Total arreflexia
- Coma Glasgow 3
- Midríase paralítica bilateral
- Ausência de respiração espontânea (apnéia)
- Hipotensão grave
- Ausência de intoxicação, bloqueio neuromuscular, hipertermia, coma metabólico.
- EEG mostrando ausência de atividade elétrica cerebral (linha isoelétrica).
- Presença dos sinais por mais de 24 horas.

 

 

NERVOS RAQUIANOS


- Algumas doenças (hanseníase, neurite intersticial hipertrófica) acometem seletivamente os nervos periféricos, espessando-os.
- Examinar pelo menos 4 nervos (direito e esquerdo) em seu trajeto periférico pelo método palpatório:
N. Cubital: ao nível do cotovelo, na epitróclea.
N. Radial: na goteira de torção no terço inferior da cabeça da face externa do braço.
N. Fibular: na parte posterior e inferior da cabeça da fíbula.
N. Auricular: na face lateral da região cervical

NERVOS CRANIANOS

I Par - Olfatório


Função: olfação
Exploração: Olhos fechados, tapando-se uma das narinas aproxima-se da outra uma substância odorífera. Uma de odor agradável e outro de odor desagradável. Responder se: ( 1 ) sente ou ( 2 ) não o cheiro; odor (1 ) é ou ( 2 ) não agradável e,
( 1 ) identifica o odor ou ( 2 ) não.
* Anosmia (falta total do olfato), hiposmia (diminuição), parosmia (percepção alterada do olfato) e cacosmia (percepção de odores desagradáveis)

II Par - Óptico


Função: visão central (acuidade); visão periférica (campo visual); visão das cores.
Exploração:
Acuidade visual: cada olho separadamente, usa-se letras ou estruturas geométricas a diferentes distâncias (inicialmente 4-6 metros); Dedos das mãos do examinador a distâncias progressivamente crescentes do paciente solicitando-lhe que indique quantidade de dedos mostrada.
Campo visual: Examinador sentado a 1m de distância do paciente. Fixar olhos no nariz do examinador e não os mover. Examinador estende ambos os braços na horizontal, ficando eqüidistantes entre ele e o paciente. Desloca-se as mãos pelo campo periférico do  paciente, abrindo e fechando, alternativamente, uma mão, a outra, ou ambas. Perguntar se ( 1 ) vê as mãos e se ( 1 ) estão movimentando-se ou encontram-se ( 2 ) paradas. Em caso de primeiro exame patológico ou duvidoso: examinador sentado na frente do paciente a 80 cm de distância. Olhando-se, cada um oclui o olho correspondente (ex: esquerdo do médico e direito do paciente). Médico coloca um dedo eqüidistante, movimentando-o dentro do campo visual, afastando-se progressivamente, pedindo ao paciente que indique em que momento deixa de vê-lo. Repete com o outro olho.
Visão das cores: Identificar cores de objetos.
Fundo de olho: Oftalmoscópio, observando a papila [cor (tonalidade amarelo-rosada, mais avermelhada no nível nasal e mais clara no nível temporal), forma e tamanho (redonda, às vezes ovalada), se tem limites nítidos, os vasos (4 artérias nascendo da escavação fisiológica e 4 veias que confluem no centro da papila)]; retina [mácula (mais rosada e escura que o contorno; localizada estritamente no pólo posterior do olho, 3 mm por fora da  papila), vasos (artérias de cor vermelho-clara, mais estreitas que as veias; veias de cor vermelho-escura; relação a/v = 2/3)]; coróides (vasos amplos, rosados sobre um fundo mais pálido, sinuoso, com muitas anastomoses).

III, IV e VI Pares (Oculomotor, Troclear e Abducente) - Grupo Oculomotor


Função: inervam a musculatura extrínseca do olho [ III par (retos superior, medial e inferior e oblíquo inferior), IV par (oblíquo superior) e VI par (reto lateral)] e a musculatura intrínseca (pupilar) do olho (III par).
Exploração:
- ( 1 ) Presença de visão dupla dos objetos (diplopia) (alteração no movimento sinérgico dos pares musculares funcionais).
Pesquisar a Diplopia. Identificar músculo parético (↑diplopia quando desloca-se objeto pelo campo visual na direção do músculo parético). Havendo predomínio de algum músculo (por paresia ou paralisia de seu antagonista) ocorre estrabismo [desvio do olho de seu eixo normal; horizontal (convergente ou divergente) ou vertical (superior ou inferior)].
Exploração da motilidade extrínseca (palpebral e ocular). Comparar se borda da pálpebra guarda a mesma relação com a íris em ambos os olhos (borda ciliar cobre 1/4 superior da córnea). Movimentos extra-oculares: Fixando-se cabeça do paciente com a mão esquerda do examinador e com o indicador da mão direita se explorará os movimentos oculares, para cima, para baixo, direita, esquerda (todas as direções possíveis).
* Causas mais comuns de lesões dos nervos oculomotores: diabetes melito, aneurisma intracraniano, hipertensão intracraniana e neoplasias da região selar.
Exploração da motilidade intrínseca (pupilas): Observar  forma (arredondada), situação(central), tamanho [entre 2 e 4 mm de diâmetro (normal); < 2 mm (miose); > 4 mm (midríase)],  igualdade entre as pupilas.
Reflexos pupilares: ( 1 ) normais ( 2 ) diminuídos ( 3 ) abolidos  - VERIFICADOS NOS DADOS VITAIS
Sinal de Argyll-Robertson: miose bilateral, abolição dos  reflexos  fotomotores e presença de reflexo de acomodação. Lesão na região periaquedutal, no mesencéfalo, sífilis nervosa, diabetes melito.
Sinal de Claude Bernard-Horner: miose, enoftalmia e ptose palpebral. Lesão do simpático cervical ou torácico (traumatismo, neoplasia do ápice pulmonar, aneurismas da aorta, pós-cirurgia cervical)

V Par - Trigêmeo


Função: Sensibilidade facial e motricidade dos músculos mastigatórios.
Função Motora (nervo mastigador, inerva músculos destinados à mastigação - temporal, masseter e pterigóideos): Inspeção: observar posição do maxilar inferior (poderá apresentar-se caído em lesões graves) e a fossa temporal (pode estar deprimida por falta de relevo do músculo). Palpar fossa temporal (ambos os lados) enquanto paciente realiza movimentos mastigatórios e quando fecha a boca com força, avaliar tônus, força e massas musculares.
Observar se boca desvia para um dos lados quando aberta ou quando em movimentos ativos (desvio será na direção do lado lesado). Reflexos: Corneano (córneo-palpebral) (com mecha de algodão estimula-se a córnea - reação normal: fechar os olhos) e Masseteriano (indicador no lábio inferior do paciente com boca semi-aberta; percute-se sobre o dedo - resposta normal: breve movimento de fechamento bucal).
Função Sensitiva (nervos oftálmico, maxilar e mandibular): Avalia-se sensibilidade tátil (mecha de algodão, comparando áreas simétricas dos lados direito e esquerdo da face) e termoalgésica
* Comprometida a raiz sensitiva, paciente refere dor, limitada à área correspondente à sua distribuição (neuralgia do trigêmeo ou trigeminalgia; essencial ou idiopática- não se encontram alterações objetivas deficitárias de sensibilidade da face - ou secundária - tais alterações estão presentes).

VII Par - Facial


Função: Movimentar a musculatura mímica: 1) Sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua. 2) Inervação vegetativa das glândulas lacrimais, submaxilares e sublinguais. 3) Sensibilidade exteroceptiva de uma pequena região do pavilhão auricular.
Exploração:
Motricidade: Procurar por assimetrias faciais em repouso e através de manobras (enrugar testa, franzir supercílios, fechar pálpebras, mostrar dentes, abrir boca, assobiar, inflar a boca e contrair o platisma ou músculo cutilar do pescoço).
* Paralisia da hemiface (prosopoplegia) e quando bilateral (diplegia facial).
Paralisia por lesão do nervo facial: paralisia periférica ou infranuclear = toda a hemiface homolateral é atingida (desvio da comissura labial, desaparecimento do sulco nasogeniano, não consegue fechar o olho – lagoftalmia – nem franzir a testa); paralisa por lesão da via corticonuclear ou feixe geniculado (do tracto, desde o córtex até a sua chegada na ponte). Paralisia central ou supranuclear = somente metade inferior da hemiface contralateral se mostra alterada (desvio da comissura labial para o lado sadio, desaparecimento do sulco nasogeniano, consegue fechar os olhos e franzir a testa).
* Quando ocorre lesão do facial, os músculos da hemiface ipsilateral estão paralisados.
Sensibilidade Gustativa: Mostrar língua enquanto coloca-se algodão embebido em substâncias amargas (quinina), salgadas (sal), azedas (limão) e doces (açúcar) sobre 2/3 anteriores da língua. Deve-se limpar a boca com água entre um exame e outro.
* Falta de gosto (ageusia), diminuição (hipoageusia) e perversão (parageusia).
Sensibilidade Exteroceptiva: Explorar sensibilidade tátil da parte do pavilhão auricular inervada pelo nervo facial. 

VIII Par - Vestibulococlear


Função: Ramo coclear = audição; Ramo vestibular = equilíbrio X postura
Exploração:


Nervo Coclear:
* Manifestações das lesões cocleares: Subjetivas: acúfenos (produzidos por irritação da via auditiva; ruídos de vapor, sibilos etc), paracusias (alterações da percepção), alucinações auditivas; Objetivas: surdez (anacusia) (especialista; audiometria; tipo perceptivo - lesão da via de condução nervosa - ou transmissivo - afecções do ouvidos médio ou externo), hipoacusia.
- Exame coclear: Investigar se existe ou não alteração auditiva [Prova do relógio (ocluir um dos ouvidos enquanto se aproxima do outro um relógio, ou fala-se em voz baixa ou roça-se uma mecha de cabelos do próprio paciente, pesquisando se ouve esses sons e a que distância deixa de ouvi-los; repetir no outro ouvido)] e, havendo, determinar se é do tipo perceptivo (neurossensorial) ou transmissivo; através de audiometria e Testes de Rinne e Weber - uso de diapasão de 256 Hertz.
Teste de Rinne: ( 1 ) Positivo [condução aérea > óssea (normal)] ou ( 2 ) Negativo; colocar cabo do diapasão a vibrar sobre as mastóides (condução óssea) e, quando indivíduo deixar de perceber as vibrações, colocar os dentes em frente a cada orelha (condução aérea); normalmente percebe-se vibrações do 1º e 2º tempo do teste. - Surdez de condução: vibrações da 1ª fase são nítidas  e as da 2ª fase são mal percebidas, no lado comprometido; - Surdez de percepção: vibrações são mais bem percebidas na 2ª fase, sendo pouco nítidas na 1ª, no lado lesado.
Teste de Weber: diapasão a vibrar sobre o vértice do crânio; normalmente ouve-se igual em ambos os ouvidos. Som lateralizado: - Surdez de condução: vibrações são mais bem audíveis no lado lesado; - Surdez de percepção: ouve melhor do lado sadio.
Nervo Vestibular: Deve-se procurar por:
●  Nistagmo [ tremor associado dos globos oculares; tipo (pendular - fases de igual intensidade -, ou sacádico - uma fase rápida - movimentos rápidos dos olhos para esquerda ou direita -, que depende da correção cortical, e outra lenta - olhos retornam, lentamente, para o lado contrário ao da fase rápida -, que depende do vestíbulo), forma (horizontal - lesões periféricas -, vertical - patologia mesencefálica - , rotatório - lesões bulbares -, misto), direção (unidirecional - fase rápida sempre em uma direção, ou bidirecional - direção da fase rápida muda com movimentos oculares)] , paciente deve levar seus olhos para cima, para baixo e para as laterais.
Desvios Posturais. Estender braços em horizontal, com dedos indicadores estendidos e olhos fechados. Pessoas sadias (membros permanecem estendidos, sem alterar posição) e pacientes com alterações vestibulares (após curta latência, começam a desviar-se para um ou outro lado).
* Destruição unilateral do labirinto (braços movimentar-se-ão para o lado afetado) e nas irritações (desviar-se-ão para o lado são).
* Para sensibilizar esta prova utiliza-se a Prova do desvio dos indicadores de Barany [ paciente, com olhos abertos e braços estendidos tocará indicador do examinador a sua frente; logo, com olhos fechados, tentará novamente; nas alterações labirínticas o dedo não consegue se deter frente ao dedo do médico, fazendo-o antes (hipofuncionamento) ou depois (irritação) do alvo]. Sinal de Romberg [Romberg vestibular: tendência à queda é sempre para o mesmo lado (do labirinto hipofuncionante)].
Alterações da Marcha. Distúrbios vestibulares: tendência a desviar marcha a uma reta imaginária, corrigindo-a com ajuda da visão. Faz-se o paciente caminhar (olhos fechados) para frente e para trás sobre uma reta imaginária, repetindo 5 a 7 vezes (vai desviar para o mesmo lado, o do labirinto hipofuncionante, desenhando no chão uma estrela: ''marcha em estrela de Babinski-Weil''). Pode-se realizar a manobra da marcha sobre o mesmo lugar, levantando bem os joelhos e olhos fechados (paciente começa a rodar sobre seu próprio eixo vertical e sempre em direção ao labirinto hipofuncionante).
Provas Calóricas. Instilar com cânula água quente ou fria no conduto auditivo externo do paciente deitado com cabeça fletida a 30º. Observar latência existente entre a instilação de água e a aparição do nistagmo (40s) e a duração total deste (normal: 100s). Labirinto estudado encontra-se ( 1 ) normo, ( 2 ) hipo ou ( 3 ) hiperfuncionante.

IX Par - Glossofaríngeo


Função: 1) Inerva músculo estilofaríngeo e constritor superior da faringe, participando dos movimentos dos mecanismos deglutórios. 2) Sensibilidade gustativa do 1/3 posterior da língua. 3) Sensibilidade geral da mucosa amigdaliana, trompa de Eustáquio, véu palatino e parede da faringe. 4) Inervação parassimpática da parótida. 5) Inervação exteroceptiva de pequena região do pavilhão auricular e pele do conduto auditivo externo.
Exploração: Sensibilidade gustativa do 1/3 posterior da língua. Verificar sensibilidade da região posterior da faringe, dos pilares e do véu Palatino. Pesquisar reflexo faríngeo (estimular mecanicamente a parede posterior da faringe; observando contração que suas paredes realizam; em caso de patologia, uma das paredes - a do lado lesado - não se movimentará).

X Par - Vago


Função: 1) Inervação motora da região velopalatina, faríngea e laríngea. 2) Inervação parassimpática para as vísceras torácicas e abdominais. 3) Recebe informação da sensibilidade visceral. 4) Sensibilidade superficial da pequena porção do pavilhão auricular e da pele do conduto auditivo externo.
Exploração: 1) Véu palatino 2) Cordas vocais 3) Provas de função parassimpática
Observar posição do véu, sua tensão, a posição da úvula e da rafe média em repouso. Solicitar pronunciamento, com boca aberta, da vogal “a”, prolongadamente, prestando atenção nos mesmos elementos anteriormente citados e em possíveis paralisias (em caso de paralisia unilateral, durante a contração, a parede posterior da faringe desloca-se para o lado são por ação do músculo não paralisado ● Sinal da Cortina). Fazer o paciente beber água para testar a função velopalatina (paralisia velopalatina: água refluirá pelo nariz, por falha na oclusão das coanas). Exame da laringe = Laringoscopia ou Rinoscopia Posterior. Provocar reflexo nauseoso (excitando, com um abaixador de língua, a parede posterior da faringe).

XI Par - Acessório


Função: inervação da laringe (raiz bulbar); inervação da porção superior do trapézio e de todo esternocleidomastóideo (raiz espinhal).
Exploração: Inspecionar dorso nu do paciente, observando ( 1 ) existência de assimetrias de relevo das massas musculares do pescoço, ombro e escápula. Palpar os músculos do ombro (braços colocados na posição horizontal). Pode-se testar força do ombro (levantá-los contra resistência) e do esternocleidomastóideo contralateral à direção da cabeça (paciente a gira contra a nossa oposição).

XII Par - Hipoglosso


Função: inervação da musculatura da língua
Exploração: Observar trofismo e ( 1 ) presença de fasciculações, com a língua dentro da boca. Palpar cada hemilíngua, alternativamente, entre o polegar e o indicador, comparando uma com a outra. Por  língua para fora, movimentando-a em todas as direções possíveis.

SENSIBILIDADE


Sensibilidade Superficial ou Exteroceptiva

- Sensibilidade Tátil: Chumaço de algodão; tocar pele com o chumaço por 3x e perguntar quantas vezes o estímulo foi percebido.
* Diminuição (hipoestesia), abolição (anestesia) e aumento (hiperestesia)
- Sensibilidade Dolorosa Superficial: Alfinete, agulha ou estilete com ponta romba; pode ser testada junto com a tátil: responder se o estímulo “pica” ou “toca” (em caso de coma, aplicar um “beliscão”). Delimitar área de sensibilidade anormal.
- Sensibilidade Térmica: Tubo de água quente (43º) e outro com água fria (10º). Método comparativo.

Sensibilidade Profunda ou Proprioceptiva

- Sensibilidade Cinético-Postura, artrocinética (batiestesia): Sensibilidade dos tendões, articulações e ligamentos. Prender o primeiro dedo do pé ou da mão, nas faces medial e lateral: examinador deve flexioná-lo ou estendê-lo; paciente deve informar se o dedo está ( 1 ) para cima ou ( 2 ) para baixo, conforme o movimento passivo da articulação. Testar as articulações interfalangianas, metacarpianas, punho, cotovelo e ombro, fixando-se o segmento em posição que deverá ser percebida pelo paciente.
- Sensibilidade Vibratória (Palestesia): Diapasão; déficits detectados pelo exame comparativo de áreas contralaterais. Testar proeminências ósseas, simetricamente. Iniciar nas falanges distais dos dedos dos pés, em seguida nos maléolos, nas tuberosidades tibiais, nas cristas ilíacas e no púbis; testar membros superiores, iniciando-se pelas falanges distais dos polegares, seguidas das tuberosidades do radial e ulnar, epicôndilos umerais, olécranos e acrômios.
- Sensibilidade Dolorosa Profunda: Compressão vigorosa dos tendões e dos músculos. Testar tendões de Aquiles, musculatura da panturrilha, testículos e, hiperextensão nas articulações dos dedos das mãos. Normalmente não causa dor (dor é sinal de neurites e miosites). Pacientes com tabes dorsalis não sentem dor a compressão, mesmo forte, de órgãos habitualmente muito dolorosos (testículos).

 Sensibilidade Combinada

- Discriminação de Dois Pontos: Testar o dorso das mãos (20 a 30mm), pés (30 a 40mm) e áreas simétricas do tronco, onde distâncias devem se manter conforme as regiões correspondentes. Método comparativo.
- Grafestesia: Capacidade de reconhecer figuras, letras ou números escritos sobre a pele, com uma ponta romba. Olhos fechados, desenhar nas palmas das mãos ou face.
- Estereognosia: capacidade de identificação de um objeto colocado na palma da mão, sem o auxílio da visão.É função tátil discriminativa ou epicrítica com componente proprioceptivo. Objetos conhecidos: chave, caneta, pente. Deve-se identificar a forma, tamanho, textura e o nome do objeto. Testar as duas mãos. Quando se perde esta função (astereognosia ou agnosia tátil) tem-se indício de lesão do lobo parietal contralateral.

FUNÇÃO MOTORA

Inspeção

- Presença de ( 1 )Atrofias musculares [devidas a neuropatias (mais comuns) ou a miopatias (distrofias musculares progressivas, defeitos enzimáticos, dermatomiosite etc); atrofias nos processos espoliativos e de desnutrição, e as devido ao desuso (acamados crônicos, gessados)],   ( 2 )Hipertrofias musculares patológicas [raras, ex. clássico: miotonia familiar congênita (Enfermidade de Thomsen)],   ( 3 )Dor à compressão das massas musculares (neuropatias e miosites; causas não nervosas como tromboflebites , celulites, periostites etc)
- Observar o relevo das massas musculares. ( 1 )Hipertonias = atitudes em flexão ou extensão. ( 2 )Hipotonias = músculos fazem pouco relevo.

Tônus Muscular

- Palpação: ( 1 )Hipertonias = massas musculares duras, firmes, ( 2 )Hipotonia = massas musculares flácidas.

- Movimentos passivos: ( 1 )Hipertonias = ao tentar mobilizar passivamente um grupo muscular existe dificuldade e resistência ao movimento. ( 2 ) Hipotonias = diminuição da resistência  natural aos movimentos passivos..
Sinal do Canivete: quando tentamos mobilizar a articulação do cotovelo (ex.), encontramos uma resistência a princípio, que logo cede, permitindo que a complementação do movimento se faça sem esforço. Encontrado nas  espasticidades das lesões do sistema piramidal.
Sinal da Roda Dentada: mobilização de uma articulação se processa por etapas, igual movimentos de uma roda dentada. Encontrado na rigidez das lesões do sistema extrapiramidal (ex: Parkinson).

■ Estudo dos Movimentos e Teste da Força Muscular:

- Motilidade Voluntária (sem resistência): execução de uma série de movimentos, especialmente dos membros (como abrir e fechar a mão, estender e fletir o antebraço, abduzir e elevar o braço, fletir a coxa, fletir e estender a perna e o pé)
- Força Muscular (com resistência)
* Comparação de um grupo muscular com seu homônimo contralateral.

MMSS
- Peitorais: adução do braço em relação ao tronco (C5 - T1)
- Deltóide: abdução do braço até o plano horizontal (nervo axilar, raízes C5-6)
- Bíceps e Braquial anterior: flexão do antebraço (nervo músculo-cutâneo C5-6)
- Tríceps: extensão do antebraço (nervo radial - raízes C6-7-8).
- Flexores da mão: apertar dois dedos do examinador (nervos mediano e ulnar, raízes C6-7-8)
- Extensores do punho e dos dedos: impedir extensão do punho contra resistência (nervo radial C6-7-8)
- Abdução dos dedos: impede-se que o paciente afaste os dedos uns dos outros (músculos interósseos dorsais, nervo ulnar, C8-T1)
- Adução dos dedos: prender cartolina entre os dedos e examinador tenta retirá-la (músculos interósseos ventrais, nervo ulnar, C8-T1)

MMII
- Flexores ventrais da coxa sobre o ventre: sentado, mandar elevar a coxa. Em posição deitada, examinador coloca a mão na frente do joelho estando a perna fletida de 90º e a coxa também, e tenta impedir a aproximação da coxa sobre o ventre (ílio-psoas, L1-2-3-4)
- Quadríceps: extensão da perna (nervo femoral, raízes L2-3-4)
- Flexão dorsal do pé: impede-se flexão dorsal colocando a mão sobre o dorso do pé e pedindo paciente para fazer força. Grupo muscular tibial anterior (nervo fibular, raiz L5)
- Flexão plantar do pé: mão na planta do pé e pedir para empurrá-la (músculos da panturrilha, nervo tibial, raiz S1)
- Flexão dorsal da perna: tentar impedir a flexão dorsal da perna sobre a coxa (músculos posteriores da coxa, nervo ciático, raízes L4-5-S1-2)
- Adutores das coxas: aproximar os joelhos contra a resistência; testam-se os três adutores em conjunto (nervo obturador, raízes L2-3-4)
- Abdutores das coxas: impede-se, com a mão, a abdução do MI (médio-glúteo e tensor do fáscia lata - nervo ciático, raízes L4-5-S1)
- Extensão dorsal do MI: decúbito ventral, manda-se que, em extensão, eleve o MI (grande-glúteo – nervo ciático, raízes L4-5-S1)


* Casos de discreta ou duvidosa deficiência motora dos membros realizam-se asprovas deficitárias:
Prova de Mingazzini: decúbito dorsal, elevando-se as duas pernas simultaneamente, observando-se qual irá cair primeiro ou mais acentuadamente.
Prova de Barré: decúbito ventral, elevando-se as duas pernas simultaneamente.
Prova dos Braços Estendidos: de pé ou sentado, manter os dois MMSS estendidos na horizontal. Quando existe paresia (fraqueza muscular) a mão ou todo MS correspondente cairão lentamente.


Principais alterações da motilidade:
(     ) Paresia (↓motilidade; causa nervosa), 
(     ) Paralisia ou plegia (perda do movimento voluntário; causa nervosa),
(     ) Hemiparesia (↓motilidade da metade de uma estrutura),
(     ) Hemiplegia (perda do movimento voluntário da metade de uma estrutura),
(     ) Monoplegia (paralisia de um membro),
(     ) Diplegia (paralisia dupla),
(     ) Paraplegia (paralisia simétrica dos MMSS ou MMII),
(     ) Quadriplegia (paralisia dos quatro membros)

Coordenação (Taxia)

(Funções Cerebelares)


* Quando adequada traduz bom funcionamento do cerebelo e da sensibilidade proprioceptiva

Pesquisa de Ataxia (perda de coordenação):

- Prova index (dedo) - nariz: de pé ou assentado, com o MS estendido lateralmente, tocar a ponta do nariz com o indicador. Repetir, com olhos abertos e depois, fechados.
- Prova index - nariz - index: dedo do paciente toca seu nariz e, depois, o dedo do médico.
- Prova calcanhar-joelho: decúbito dorsal, eleva uma das pernas e toca, com o calcanhar da perna elevada, o joelho do outro lado.Várias vezes, com os olhos abertos e depois, fechados. Sensibiliza-se a prova com o deslizamento do calcanhar pela crista tibial e dorso do pé, após tocar o joelho até atingir o hálux.
- Prova dos Movimentos Alternados (disdiadococinesia, marionetes): sentado, paciente tem que golpear rápida e sucessivamente o dorso das coxas com a face palmar e dorso das mãos (movimentos alternados de pronação e supinação) 
Sinal do Rechaço: fletir antebraço sobre o braço, sendo impedido pela mão do examinador. Retirando o médico, subitamente sua mão, em condições normais, o paciente freia logo o movimento impedindo que sua face seja golpeada. Em caso de lesões cerebelares o paciente tende a golpear sua própria face. Isso é devido à falta dos músculos antagônicos, cujo tônus é controlado pelo cerebelo.

■ Equilíbrio

Equilíbrio Estático

- Exame da sensibilidade profunda (sempre precede Romberg): colocando-se o diapasão em vibração nos maléolos tibiais e fibulares.
Sinal de Romberg: (posição ortostática, pés juntos, olhando para a frente; permanecer alguns segundos nessa postura; ordena-se a ele que feche as pálpebras) 
(     ) Negativo (normal, nada se observa ou , apenas, ligeiras oscilações do corpo)  
(     ) Positivo [apresentando lesão da sensibilidade profunda (propriocepção - cordões posteriores da medula), ao cerrar as pálpebras paciente apresenta oscilações do corpo, com desequilíbrio e tendência à queda; é bastante precoce na Tabes dorsalis (sífilis parenquimatosa terciária) e na degeneração combinada subaguda da medula (mielose funicular ou síndrome neuroanêmica) ]

* Anteropulsão (queda pra frente); Retropulsão (queda pra trás)
* Afecções no labirinto: lesão irritativa (queda para o lado contrário), lesão destrutiva (queda para o mesmo lado)]

Exame da Marcha (ou Equilíbrio Dinâmico)
(idéia geral da força muscular, da coordenação dos movimentos, do equilíbrio e dos movimentos conjugados)

- Em linha reta: olhos fechados. Em caso de lesão do hemisfério cerebelar há tendência ao desvio da marcha em direção ao lado lesado.
- Calcanhares na frente dos artelhos: caminhar em linha reta com um pé na frente do outro; olhos abertos; sem olhar para os pés.
- Pontas dos pés: testar força dos músculos da panturrilhas.
- Sobre os calcanhares: testar força do grupo muscular tibial anterior.
- Saltando sobre cada pé: testar força muscular de cada MI e equilíbrio. Não deve ser usada em pessoas debilitadas, cardíacas ou idosas. Examinador deve ficar sempre ao lado do paciente para ampará-lo.

Reflexos

Profundos, tendinosos ou miotáticos:

- Mentoniano (ramo mandibular do trigêmeo): dedo sobre o queixo, com a boca ligeiramente aberta e, com os músculos mastigadores relaxados, percutir sobre o dedo. Resposta: fechar boca.
- Biciptal (nervo músculo cutâneo, C5 - C6): MS do paciente em semiflexão. Examinador coloca seu dedo sobre o tendão do bíceps relaxado e percute sobre seu próprio dedo. Resposta: contração do bíceps, provocando flexão do antebraço, ou contração perceptível.
- Triciptal (nervo radial, C7): Percutir diretamente o tendão do tríceps com o antebraço fletido de 90º em relação ao braço. Reposta: contração do tríceps, acarretando extensão do antebraço.
- Patelar (nervo femoral, L2 - L4): percutir tendão rotuliano com MI fletido. Sentado e perna pendente ou em decúbito dorsal (percutir tendão patelar com perna semifletida, com a mão do examinador na fossa poplítea).
- Aquileu (nervo tibial, S1): posição sentada percutir tendão de Aquiles, mantendo-se o pé do paciente em ângulo reto. Examinador coloca mão na planta do pé do paciente. Resposta: flexão plantar do pé, devido contração dos músculos da panturrilha.


Superficiais

- Cutâneo abdominal: [superior (epigástrico) T6-8,  médio (umbilical) T8-10 e inferior (hipogástrico) T10-12] Estímulo na pele da região supra-umbilical, peri-umbilical e infra-umbilical provoca retração da cicatriz umbilical para o lado estimulado. Realizar fricção de fora para dentro, em direção ao umbigo.

Ex: Se após um acidente a vítima apresentar nível sensitivo em T9-10 (ao nível do umbigo) corresponde a uma lesão na vértebra T7 (T9 - 2 = T7)



Localização do estímulo sensitivo
Nível sensitivo em:

Raiz do pescoço

C4-5
Mamilo
T5
Rebordo costal
T6-7
Umbigo
T9-10
Linha inferior
T11-12
Raiz da coxa
L1











- Cutâneo plantar (L5-S1-2): excita-se planta do pé na sua borda lateral. Resposta Normal: flexão dos artelhos;
Sinal de Babinski (resposta patológica) (extensão do hálux e extensão em leque dos demais artelhos; abertura em leque nem sempre ocorre). Presente nas crianças até 2 anos de idade (condição fisiológica) em virtude da mielinização incompleta do SN e um dos sinais mais precoces de lesão piramidal.
Sinal de Chaddock: em pacientes que sempre caminhavam descalços e, portanto, têm a planta dos pés excessivamente dura, pode-se pesquisar esse reflexo na borda lateral do pé e não na planta.
Sinal de Oppenheim: passa-se o dedo fortemente, de cima para baixo, sobre a crista tibial do paciente.
Sinal de Gordon: compressão da panturrilha provoca o sinal.
Sinal de Shaffer: compressão do tendão de Aquiles provoca o sinal.
- Anal (S3 - S5): excitação da pele na região perianal provoca contração do esfíncter anal externo. Pesquisado quando se suspeita de lesões ao nível da cauda eqüina ou, sobretudo, do cone terminal. 
- Cremasteriano (S1-2): excita-se, levemente, com um estilete, a pele da face medial, 1/3 superior da coxa; Resposta: Contração do cremaster com elevação do testículo correspondente.

(     ) Arreflexia (reflexo abolido),
(     ) Hiporreflexia (reflexo diminuído),  
(     ) Normorreflexia (reflexo normal),
(     ) Reflexo vivo,
(     ) Hiper-reflexia (reflexo  exaltado)

* Clônus: repetição da contração do músculo excitado. Ocorre quando se mantém uma pressão constante (ficando o músculo estirado sobre uma certa tensão)

Pesquisa: estiramento do tendão rapidamente, dorsoflexão do pé (exemplo)  em caso positivo, o pé fica tremendo.

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO


- Funções adrenérgicas e colinérgicas


AVALIAÇÃO DO ESTADO MENTAL

- Avaliação quantitativa e restrita (abrange apenas a orientação temporoespacial, memória e linguagem)

Pontuação:
27 - 30 pontos = normal
24 - 27 pontos = “tolerado” como normal
abaixo de 23 pontos = comprometimento do estado mental


Função a avaliar
Máximo Normal
Pontos obtidos

Orientação
Ano, estação, mês, dia do mês e da semana
5 pts

Nome do país, estado, cidade, hospital, nº do leito
5 pts



Memória
Repetir o nome de três objetos
 (ex: relógio, óculos e livro)
3 pts

Diminuir 7 de 100,
cinco vezes seguidas
5 pts

Repetir os nomes dos três objetos
3 pts





Linguagem
Nomear caneta e relógio
2 pts

Repetir um conjunto de palavras (trezentos e trinta e três)
1 pts

3 comandos (pegar folha de papel, dobrar ao meio e colocar no chão)
3 pts

Ler e executar FECHE OS OLHOS
1 pts

Escrever uma frase
2 pts

Copiar um desenho
(ex: casa ou relógio)
1 pts

Total

30 pts


 




















 Lembre-se:

Eulália Maria Foi Toda Contente Reencontrar o Seu Namorado

E = Estática
M = Marcha
F = Força
T = Tônus
C = Coordenação
R = Reflexos
S = Sensibilidade
N = Nervos Cranianos



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