Insulinoterapia
As insulinas podem ser divididas em dois
grupos: as de ação basal e as de ação prandial.
As de ação basal podem ser
intermadiárias (NPH) ou de ação prolongada. As de ação prandial podem ser de
ação rápida (regular) e ultra-rápida.
Como o diabético tipo 1 não produz
insulina endógena alguma, o tratamento com insulina exógena deve tentar reproduzir
a resposta fisiológica. Uma insulina de ação intermediária ou lenta substitui a
liberação sustentada de insulina pelo pâncreas (fase tardia). Enquanto que uma
insulina de ação rápida simula.o pico precoce pós-prandial.
No DM2, a insulinoterapia está indicada
no início do diagnóstico quando: glicemia > 270-300, HbA1C > 10%. Ao
longo do tratamento, pela cronicidade da doença.
A hiperglicemia inibe a função das
células beta, por isso em um tratamento inicial com insulina, pode ser que, em
2 a 3 meses a insulina pode ser retirada, voltando, em média, após 6 meses.
Vale ressaltar que o paciente com DM2
apresenta resistência à insulina aumentada (no DM1 o problema é somente a
produção), por isso ele necessita de doses maiores de insulina em relação ao
diabético tipo1.
O primeiro esquema para a DM2 é o
“bedtime”, com hipoglicemiantes orais durante o dia com NPH a noite (22h).
A transição para insulina plena no DM2
pode ser feita com NPH duas vezes ao dia (café e jantar). Pode-se também fazer
NPH e regular antes do café e antes do jantar. Estes últimos esquemas têm a
desvantagem de causarem muita hipoglicemia.
O esquema interessante é o “basal-bolus”,
onde é feita uma dose de glargina (insulina de ação prolongada e sem pico, para
simular a secreção basal) a noite associada a ultra-rápida nas 3 principais
refeições.
Deve ser realizado acompanhamento e
monitorização, além de contagem de carboidratos para melhor ajuste das doses
com as glicemias.
Em geral, os pacientes com DM2
utilizam-se de 0,6 a 2,0 U/Kg/dia (deve-se iniciar com 0,2 a 0,3 U/Kg/dia para
reduzir risco de hipoglicemia), sendo 2/3 pela e 1/3 a tarde.
No DM tipo 1 a insulina é a única
medicação eficaz para controle glicêmico.
Há dois esquemas básicos de
insulinoterapia, o convencional (1-2x/dia), deve-se iniciar com 0,2 a 0,5
U/Kg/dia, se necessário aumentar a cada 2/3 dias. O intensivo (3 ou + vezes ao
dia).
Existem três esquemas de insulinoterapia
mais utilizados:
ð Esquema 1: Duas
aplicações
ð Esquema 2:
Múltiplas aplicações (intensivo, basal-bolus)
ð Esquema 3:
Infusão contínua
a)
complicações da insulinoterapia
Hipoglicemia.
Lipodostrofias. Sendo a lipoatrofia
decorrente de reações alérgicas pela insulina bovina. Tornou-se rara com o uso
da recombinante humana. A lipohipertrofia ocorre quando não se realiza rodízio
dos locais de insulina (pois a insulina tem efeito anabólico), levando a
crescimento do tecido adiposo localizado (lipoma).
Inconvenientes: edema transitório no
inicio do tratamento. Ganho de peso e distúrbios da visão (refração).
b)
locais de aplicação da insulina
A via de aplicação é o tecido subcutâneo,
onde a absorção da insulina ocorre de modo mais lento, o que proporciona uma
ação contínua e segura. Embora a insulina possa ser aplicada em todo tecido
subcutâneo, as regiões mais adequadas para aplicação são as que ficam afastados
das articulações, grandes vasos sanguíneos, nervos e devem ser de fácil acesso.
São elas:
braços - face
posterior;
coxas - face anterior
e lateral externa. Em adultos compreende a região entre 12-15 cm abaixo do
grande trocânter e de 9-12 cm acima do joelho, numa faixa de 7-10cm de largura.
Em crianças a região permanece a mesma respeitando-se a proporcionalidade
corporal,
abdome - regiões
laterais direita e esquerda, distantes 4-6cm da cicatriz umbilical para adultos
e de 2-3cm em crianças,
nádegas - quadrante
superior lateral externo da região glútea.
O rodízio nos locais de aplicação é
necessário para a prevenção de lipodistrofia (hipo ou hiper). A absorção da
insulina nas áreas com lipodistrofias é lenta ou irregular. Dessa forma, é
recomendável esgotar as possibilidades de punções numa mesma região
distanciando-as em aproximadamente 2cm entre uma e outra. O rodízio a cada
aplicação causa uma variabilidade muito grande na absorção da insulina,
dificultando o controle glicêmico, sendo assim desaconselhado.
Para a seleção do local de aplicação, o
tempo de absorção para as diferentes regiões deve sempre ser levado em conta. A
velocidade de absorção é maior no abdome seguido dos braços, coxas e nádegas.
Os exercícios podem aumentar a velocidade de absorção da insulina pelo aumento
do fluxo sangüíneo na tela subcutânea da região exercitada enquanto que, as
áreas com lipodistrofia provocam redução e irregularidades de absorção.
Como exemplo, para quem
realiza múltiplas aplicações diárias, é possível estabelecer que as insulinas
do pré-café sejam feitas no braço, as do pré almoço no abdome, as do pré jantar
nas coxas e as de antes de deitar nos glúteos.
No sentido de garantir a efetividade da
insulinoterapia é recomendável que os pacientes discutam com a equipe a melhor
opção possível de rodízio bem como de intervenções adequadas para preservar a
integridade cutânea.
Não é recomendável realizar aplicações
nas regiões do corpo que serão mais utilizadas, durante os exercícios, pois
isso pode levar à hipoglicemia
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