segunda-feira, 20 de outubro de 2014

ENVELHECIMENTO 0 PARTE I



ENVELHECIMENTO

É impossível estabelecer o momento exato que um indivíduo se torna idoso, o envelhecimento faz parte de um todo continuum que se inicia com a fecundação e termina com a morte (a vida).  Segundo a OMS, idoso é todo aquele que tem mais de 65 anos. Já nos paises em desenvolvimento, como o Brasil, devido a uma menor expectativa de vida em relação aos paises desenvolvidos, adota-se 60 anos de idade. Os idosos são divididos em três grupos:

è Idosos jovens: 65 – 74 anos
è Idosos velhos: 75 – 84 anos
è Idosos muito velhos: > 85 anos.

                Envelhecimento é um processo dinâmico, progressivo e variável no qual a alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas, com redução na capacidade de adaptação homeostática às situações de sobrecarga funcional, tornando o organismo mais susceptível a doenças chance de morte. O fenótipo determinado pelo envelhecimento é o resultado de fenômenos intrínsecos ao organismo e fatores ambientais, estilo de vida, condição de nutrição e presença de doença.

1. TEORIAS DO ENVELHECIMENTO

è Teoria dos radicais livres: Os radicais livres, que são unidades químicas resultantes do metabolismo oxidativo das células, são altamente reativos, por apresentarem um numero impar de elétrons em sua camada de Valência, causam danos as proteínas, enzimas e DNA.

è Teoria do envelhecimento programado: a velocidade com que uma espécie envelhece é predeterminada por seus genes. A medida que as células morrem, os órgãos começam a apresentar um mal funcionamento e, finalmente, não conseguem manter um funcionamento adequado de suas funções. Este ajuda na preservação da espécie, os mais idosos morrem, cedendo espaço para os mais novos.

è Teoria da senescência celular: genes localizados nos telômeros, seriam responsáveis pela capacidade limitada de replicação das células, determinando um numero determinados que a célula pode se dividir, chegando neste numero, a célula estaria bem próximo de sua morte.

2. TERMOS IMPORTANTES

Senescência: modificações estruturais e funcionais produzidas no organimos exclusivamente pelo processo de envelhecimento (fisiológico).
Senilidade: alterações estruturais e funcionais causadas por doenças que podem comprometer o idoso (patológico).
Envelhecimento usual: dada a dificuldade de se estabelecer que é senescência e senilidades, temos, entre o envelhecimento bem-sucedido e o mal-sucedido, o envelhecimento usual.
Geriatria:estudo das doenças da velhice e a melhor maneira de envelhecer bem.
Gerontologia: ciência que estuda o processo de envelhecimento, levando em conta todos os aspectos culturais e ambientais do envelhecer.

3. MODIFICAÇÕES

                Com o envelhecimento ocorrem várias alterações na constituição corporal, dentre elas:

3.1 Gerais

è Diminuição massa óssea
è Atrofia muscular esquelética
è Redução da água intracelular
è Aumento, com redistribuição, da gordura corporal.
è Diminuição da força muscular
è Diminuição da estatura (achatamentos dos discos intervertebrais e arco dos pés e aumento das curvaturas da coluna vertebral).
è Diminuição do metabolismo basal.
è Modificações no sistema de controle da temperatura corporal.
è Diminuição da função celular de combate às infecções

3.2. Pele Fâneros

è Flácida e com pregas;
è Redução das glândulas sudoríparas e sebáceas (rugosa e seca).
è Diminuição do numero e alterações funcionais dos melanócitos (melanose senil);
è Redução da espessura da pele e subcutâneo (púrpura senil);
è Diminuição dos pêlos (exceto nariz, sobrancelhas e orelha);
è Canície, calvície,

3.3. Ossos, articulações e músculos

è Diminuição da espessura do osso compacto e redução das laminas do osso trabecular;
è Sinostose (soldadura dos ossos do crânio);
è Anquilose das articulações costocondrais ( diminui elasticidade e mobilidade da caixa torácica);
è Diminuição da espessura dos discos intervertebrais (aumenta as curvaturas da coluna);
è atrofiam muscular (fibras musculares são substituídas por fibras colágenas);

3.4. Sistema nervoso

è Diminuição do peso e volume cerebral (perda neuronal);
è Acúmulo de lipofuscina;
è Deposito de substância beta-amilóide nos vasos e placas senis em certas regiões;
è Diminuição da memória recente e capacidade para reter novas informações;
è Diminuição de neurotransmissores, como acetilcolina e dopamina;
è Diminuição da velocidade de condução nervosa;
è Redução do tempo total de sono (diminuição da duração e freqüência da fase 4 do sono não-REM);

3.5. Órgãos sensitivos

è Aumento doa pavilhões auriculares (pelo acúmulo de gordura);
è Presbiacusia e presbiopia
è Hiperpigmentação e edema das pálpebras inferiores;
è Catarata;
è Acúmulo de lipofiscina na retina e diminuição do humor aquoso;
è Degeneração macular senil;
è Diminuição dos receptores olfatórios;
è Atrofia das papilas gustatorias;

3.6. Sistema cardiovascular

è Enrijecimento e tortuosidade das grandes artérias (aumento do colágeno, diminuição das fibras elásticas e depósitos de cálcio);
è Acúmulo de gordura nos átrios e septo, além de fibrose, aumento do colágeno, hipertrofia do ventrículo esquerdo, depósitos intracelulares de lipofuscina e substância amilóide;
è Diminuição de células no nó sinusal (predispõe a arritmias);
è Diminuição da capacidade funcional;
è Aumento da resistência periférica e da pressão sistólica;
è Diminuição da freqüência cardíaca máxima, mas sem alteração da freqüência cardíaca em repouso
è Diminuição do débito cardíaco (saída de sangue do coração) máximo



3.7. Sistema respiratório

è Enrijecimento e calcificação das cartilagens traqueais e brônquicas;
è Bronquíolos perdem elasticidades (substituição da musculatura lisa por colágeno);
è Diminuição da elasticidade pulmonar;
è Diminuição da capacidade pulmonar demobilização do ar.
è Aumento da quantidade de ar retido nos pulmões depois de uma expiração

3.8. Sistema Digestivo

è Perda de dentes;
è Diminuição da elasticidade e resistência a ucosa oral;
è Glossodinia;
è Diminuição da motilidade intestinal;
è Predisposição à formação de divertículos;
è Atrofia das microvilosidades intestinais;
è Diminuição da capacidade do fígado de eliminar toxinas e metabolizar a maioria dos medicamentos

3.9. Sistema Urinário

è Redução no tamanho e peso dos rins;
è Redução do fluxo plasmático renal e filtração glomerular;
è Diminuição da capacidade de excretar ácidos;
è Diminuição da capacidade dos rins de eliminar toxinas e medicamentos
è Aumento do volume residual pós-miccional;

3.10. Sistema endócrino

è Atrofia da hipófise, tireóide, paratireóide e suprarrenais (substituição do tecido glandular por tecido fibroso e depósito de gosrdura);
è Diminuição progressiva na produção de testosterona no homem e parada da produção de estrógeno na mulher;
è Diminuição da tolerância à glicose

3.11. Sistema genital feminino

è Atrofia dos ovários (esterilidade) após menopausa;
è Mamas tornam-se flácidas e pendentes e o tecido glandular é substituído por tecido fibroso;
è Vagina diminui em comprimento e largura, sua mucosa atrofia-se e torna-se ressecada;

3.12. Sistema genital masculino

è Diminuição dos testículos, vesículas seminais e dimensões do pênis,
è Perda da elasticidade do pênis,
è Aumento do volume prostático com atrofia da glândula;
è Diminuição da capacidade reprodutiva.



GIGANTES DA GERIATRIA

                Alguns problemas clínicos, comuns na velhice, com múltiplas causas, curso crônico, embora não impliquem em risco de vida iminente, comprometem a qualidade de vida e constituem um desafio diagnóstico e terapêutico. Esses problemas receberam a denominação de “Gigantes da Geriatria” ou “5 is”, compreendendo:

è Iatrogenia;
è Imobilidade;
è Incontinência (urinária e/ou fecal);
è Insuficiência cerebral (3 D: Delirium, Demência e Depressão)
è Instabilidade postural e quedas.






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